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Unidade 1


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Introdução

O objetivo dessa unidade é abordar o histórico e os conceitos de acessibilidade e tecnologia assistiva. Para isso, os temas discutidos aqui enquadram-se no contexto dos grupos que precisam desses recursos para ter uma melhor qualidade de vida, tais como: os idosos e as pessoas com alguma deficiência, considerados sob uma perspectiva inclusiva, no sentido de que a acessibilidade é um direito de todos.

Os conceitos de acessibilidade e principalmente de tecnologia assistiva são abrangentes. Por isso, é importante reconhecer que esses termos estão diretamente relacionados à autonomia, à independência, à qualidade de vida e à inclusão social dos indivíduos.

Assim, projetos úteis e capazes de alcançar esses ideais são bem vistos neste estudo. Depois do entendimento sobre acessibilidade e tecnologia assistiva, serão descritas algumas alternativas para inclusão no contexto educacional, campo ainda permeado por muitas possibilidades e desafios.

Ao Encontro da Acessibilidade e da Tecnologia Assistiva

A acessibilidade é um direito que deve ser usufruído por todo ser humano, contudo alguns fatores relacionados à reclusão, à segregação e à exclusão ainda ocorrem fazendo com que esse direito não seja validado para todos os grupos. Integram esses grupos: os idosos e as pessoas com algum tipo de deficiência (SASSAKI, 2009).

Aspectos Históricos e Conceituais da Acessibilidade

Historicamente, no contexto das deficiências, a loucura foi tratada como demência, desvio moral e doença. A falta de um membro do corpo já foi considerada um fator de risco para a espécie humana, muitos foram encerrados em hospitais, presídios e hospícios. Foi apenas no século XX que o conceito “deficiência” passou a ser separado dos termos “loucura” e “doença”. O novo conceito começou a enquadrar os mutilados das guerras e os lesados por acidente de trabalho. Esses fatos contribuem com a demarcação de estereótipos e estigmas, corroborando para que os idosos e as pessoas com deficiência fiquem à margem no processo de acesso a oportunidades, não participando de maneira equânime na sociedade, tornando-os, em diferentes contextos sociais, marcadamente vulneráveis (MAGALHÃES,  2015).

Várias fases históricas marcaram o processo de exclusão. Pessoas em condições atípicas foram excluídas em diferentes culturas, aqueles que não tinham as mesmas características da maioria da população não podiam pertencer a um grupo social. Em outra fase, essas pessoas passaram a ter atendimento e, para isso, eram segregados dentro de instituições médicas. Depois, incorporou-se a prática de integração social, até adotar-se a filosofia da inclusão, utilizada nos dias atuais, para modificar sistemas sociais gerais (SASSAKI, 1999).

Essa exclusão é fortemente percebida em pessoas com deficiência ou naqueles que perdem, por algum motivo, sua capacidade produtiva, entretanto, tratando-se de acessibilidade, desde eras antigas o ser humano projeta e adapta o ambiente para adequá-lo às suas características. Desse modo, animais, máquinas e instrumentos foram criados para facilitar suas rotinas de vida e seu acesso aos lugares diversos (LIEBERMAN, 2015).

Nesse contexto, na tentativa de possibilitar o acesso das pessoas com deficiência à participação na vida social foram criadas convenções e normas. A Norma Brasileira NBR 9050 de 2015 conceitua acessibilidade como:

Possibilidade e condição de alcance, percepção e entendimento para utilização, com segurança e autonomia, de espaços, mobiliários, equipamentos urbanos, edificações, transportes, informação e comunicação, inclusive seus sistemas e tecnologias, bem como outros serviços e instalações abertos ao público, de uso público ou privado de uso coletivo, tanto na zona urbana como na rural, por pessoa com deficiência ou mobilidade reduzida (ABNT, 2015, p. 2).

À vista disso, três pilares perpassam pela acessibilidade, são eles: a autonomia, o conforto e a segurança. Todo projeto construído deve atender a esta norma. Em se tratando de acessibilidade arquitetônica, ter autonomia significa dar possibilidades para que as pessoas acessem as edificações e usem os ambientes sem necessidade de auxílio. O segundo pilar está relacionado ao conforto, entende-se, então, que os ambientes devem proporcionar baixo esforço físico no manuseio dos equipamentos e possibilitar uma postura neutra do corpo. Já a segurança está relacionada à necessidade de se evitar acidentes na utilização dos ambientes das edificações, por isso são descritas medidas importantes, tais como: a implementação de barras de transferência em sanitários, bancos de transferência, acionamento do chuveiro por monocomando, guarda-corpos em escadas e rampas, dentre outros projetos pensados com o conceito de desenho universal, tendo sempre como finalidade a autonomia, o conforto e a segurança (ABNT, 2015).

Desse modo, a acessibilidade dá condições para que todos usufruam dos espaços de maneira funcional, permitindo às pessoas plena participação no ambiente das atividades econômicas, culturais, educacionais e sociais (ENAT, 2003).

Por conseguinte, é natural considerar que a acessibilidade é um direito de extrema importância para que o indivíduo possa exercer sua cidadania. Sem ela, as pessoas com deficiência ou mobilidade reduzida não poderiam usufruir de transporte público, escolas, prédios e atividades de lazer, como ir ao cinema ou a um estádio de futebol.  Inclusive, não haveria como fazer certas atividades práticas, por exemplo: a possibilidade de um usuário de cadeira de rodas acessar um produto que está na última prateleira da gôndola do supermercado. Do simples ao complexo, do óbvio ao oculto, a acessibilidade deve ser pensada a fim de respeitar e dar autonomia a pessoa de maneira prática, mantendo aquilo que preconiza o artigo 13 da Declaração Universal dos Direitos Humanos “Todo homem tem direito à liberdade de locomoção e residência dentro das fronteiras de cada Estado”.

REFLITA

Espaços de Lazer

O lazer é um determinante social da saúde. É um importante aliado no combate ao stress físico, mental e psicológico. Por isso, projetos que pensam em acessibilidade para o desenvolvimento de atividades de lazer são importantes para consolidação de direitos. O “Projeto Praia sem Barreiras” facilita o banho das pessoas com deficiência e está implantado em algumas praias brasileiras. Agora reflita: os espaços de lazer que você frequenta em sua cidade são acessíveis para todas as pessoas?

Fonte: Elaborado pela autora

Em se tratando da pessoa idosa, o número de mortes tem aumentado em decorrência das quedas daqueles que estão acima dos 75 anos. Essas quedas, são provenientes da mobilidade reduzida, do desequilíbrio postural que está relacionado a insuficiência dos mecanismos neurais, ósseos e articulares. Os fatores extrínsecos associados às quedas envolvem diretamente as condições ambientais de espaços que não contemplam acessibilidade. Um estudo realizado em Campinas São Paulo, demonstrou que 64% das quedas, ocorrem em domicílio e 26% na rua e em 71,2 % dos casos é necessária assistência médica. As quedas, quando não fatais, podem gerar complicações colocando a saúde da pessoa em risco e podem levar a morte (RODRIGUES; FRAGA; BARROS, 2014).

Com o aumento da expectativa de vida e o crescente envelhecimento da população, ações que garantam a acessibilidade em todos os ambientes são cada vez mais necessárias, pois o envelhecimento compromete a capacidade funcional do indivíduo. A visão deficiente e a falta de estimulação cognitiva são agravos constantes dessa faixa populacional. Frente a essas realidades, os espaços devem garantir a liberdade de locomoção com segurança, a participação e a autonomia.

Assim, a acessibilidade arquitetônica dos ambientes é fundamental, porém não é a única. Há seis dimensões da acessibilidade: arquitetônica; comunicacional; metodológica; instrumental; programática e atitudinal. Pensar em cada uma dessas dimensões é importante para que se desenvolvam estratégias de inclusão que atendam às pessoas com deficiência e os demais cidadãos. Essas dimensões foram propostas por Sassaki (2003) e estão descritas a seguir: Acessibilidade arquitetônica: sem barreiras físicas, nos aeroportos, terminais rodoviários, espaços urbanos, hotéis e similares, museus, teatros, transportes coletivos, parques ecológicos, parques temáticos, locais de eventos, acampamentos etc; Acessibilidade comunicacional: sem barreiras na comunicação entre pessoas; Acessibilidade metodológica: sem barreiras nos métodos e técnicas de lazer, trabalho, educação etc; Acessibilidade instrumental: sem barreiras de instrumentos, ferramentas, utensílios etc; Acessibilidade programática: sem barreiras embutidas em políticas públicas, legislações, normas etc; Acessibilidade atitudinal: sem preconceitos, estereótipos, estigmas e discriminações nos comportamentos da sociedade para com pessoas que têm deficiência (SASSAKI, 2003).

REFLITA

Aplicativos de Transporte

Os aplicativos de transporte são tecnologias populares que estão se tornando cada vez mais viáveis para locomoção. Pensando nisso, as empresas tentam se adequar para melhorar a qualidade do atendimento para pessoas idosas e pessoas com deficiência. Foram lançados recentemente os aplicativos “Vá de Táxi” e as plataformas “UberWAV” e “UberASSIST” que tentam oferecer acessibilidade no serviço para esses públicos. As plataformas da empresa Uber já estão sendo utilizadas em alguns países, mas estão em fase de aprovação no Brasil. Ao refletir sobre o processo de criação desses aplicativos e sobre a acessibilidade, indaga-se: será que essas ideias são inovadoras ou foram pensadas tardiamente?

Fonte: Elaborado pela autora

Todas essas dimensões da acessibilidade são abrangentes. Por isso, serão discutidos alguns de seus aspectos. As discussões sobre acessibilidade estão sendo ampliadas, sobretudo nas áreas da informação e da comunicação. Atualmente, existem diversificados sistemas e produtos específicos para pessoas com deficiências sensoriais, conteúdos audiovisuais e de caráter cultural. A audiodescrição, por exemplo, é um recurso de tradução de imagens e palavras que podem tornar os filmes, espetáculos, peças de teatro, televisão e outros meios de comunicação acessíveis para pessoas com deficiência visual, pela capacidade de explicar com palavras a construção das imagens que aparecem em seu campo espacial (ADERALDO et al., 2016).

Por isso, a acessibilidade comunicacional é um meio de inserção das pessoas com deficiência nas expressões culturais de entretenimento, educação e gestão administrativa, possibilitando que todas elas tenham acesso às manifestações culturais. Do mesmo modo, a acessibilidade atitudinal tem fundamental importância por permitir o acesso à cidadania. As barreiras atitudinais não são visíveis e, em alguns casos, são reproduzidas de maneira inconsciente por parte de quem as pratica. Por isso, nessa dimensão, é preciso pensar também no respeito que se deve ter a subjetividade e no contexto ao qual a pessoa se insere (PONTE; SILVA, 2015).

Interessantemente, a popularização da internet fez com que fossem pensadas maneiras de proporcionar acessibilidade na Web. A ideia é fazer com que os websites possam ser utilizados por todas as pessoas com e sem deficiência. Dessa maneira, as aplicações e sítios na web podem ser usadas efetivamente e com funcionalidade. Essa área está focada em pessoas com limitação de visão, deficiência física, cognitiva ou neurológica, pessoas idosas com limitações funcionais relacionadas a idade, limitações econômicas, situacionais, sociais e ainda em comunidades rurais e/ou remotas e em usuários de novas tecnologias móveis (W3C, 2014).

Essas possibilidades de acesso, desencadeiam mudanças significativas na qualidade de vida das pessoas. O aparecimento da web é um marco e se dá devido ao desenvolvimento da tecnologia assistiva. Desse modo, tecnologia assistiva e acessibilidade são campos que caminham juntos. O acesso à informação, por meio da tecnologia digital, possibilita conquistas significativas em termos de comunicação. Existem várias possibilidades, dentre elas o wikilibras, programa hand talk (mãos que falam), computadores com softwares de ampliação/contraste, livros digitais acessíveis e alguns softwares de síntese de voz como dosvox/linvox, nvda, orca, delta talk e jaws que são mais frequentemente utilizados, sendo alguns gratuitos.

A acessibilidade, portanto, torna a vida de todas as pessoas mais fácil e, em determinados grupos, é capaz de tornar possível a inserção do indivíduo no contexto cultural, econômico, educacional e social, oportunizando sua participação em todos os ambientes, podendo, ainda, desenvolver recursos para conter preconceitos por meio da interação e da aprendizagem que são, muitas vezes, proporcionadas pela tecnologia assistiva. Desse modo, essas duas áreas do conhecimento caminham em direção ao desenvolvimento humano pela busca e necessidade de humanizarmos a nós e ao outro, melhorando a qualidade de vida, as relações sociais e as práticas cidadãs.

Aspectos Históricos e Conceituais da Tecnologia Assistiva

Já nos primórdios da história humana, a tecnologia esteve presente. Surgiu à medida que a humanidade foi extraindo da natureza meios que auxiliassem no suprimento de suas necessidades. A expressão tecnologia assistiva (TA) é sempre utilizada no singular por referir-se a uma área do conhecimento. Os seus recursos podem nos causar impacto e ao mesmo tempo podem passar despercebidos, uma bengala por exemplo, utilizada para proporcionar conforto durante o deslocamento bipedal, pode ser facilmente naturalizada no contexto social ao passo que em determinados ambientes a chegada de um usuário de cadeira de rodas pode causar estranhamento (MANZINI, 2005).

No decorrer da história, seu conceito passou por modificações. Na tentativa de fixação de um conceito, em 1988, surgiu como: sinônimo de recursos e serviços utilizado para aumentar, manter ou melhorar as capacidades funcionais das pessoas com deficiência. Essa definição apareceu pela primeira vez no texto da American With Desabilities Act (ADA) (BERSCH, 2005).

A partir disso, os países passaram a adotar conceitos com características específicas, visando atender às demandas e às realidades distintas de seus ambientes, contudo a qualidade de vida, dentre todos os conceitos, tornou-se uma característica fundamentalmente universal. A TA passa a ser relacionada a qualidade de vida das pessoas com algum tipo de deficiência e/ou pessoas idosa, pois pode ser utilizada para favorecer, compensar, potencializar ou auxiliar em suas habilidades ou funções (GALVÃO FILHO; GARCIA, 2012).

No Brasil, estudos sobre esse tema são recentes e escassos. Esse fato desencadeia entraves no desenvolvimento de políticas públicas direcionadas para essa área do conhecimento. Como consequência, têm-se a falta de apoio a projetos que estão em desenvolvimento com a finalidade de contribuir com esse ramo, entretanto as mudanças constantes da sociedade fazem com que apareçam novas demandas tecnológicas e, com isso, surge também o crescimento na área da TA, utilizada, dentre outras finalidades, para inclusão, com o objetivo de possibilitar o desmantelamento dos mecanismos de exclusão, permitindo a pessoas com deficiência e idosas atingirem a inserção social  (GALVÃO FILHO; GARCIA, 2012)..

Para o Comitê de Ajudas Técnicas (CAT, 2007), a Tecnologia Assistiva é uma área do conhecimento, de característica interdisciplinar, que engloba produtos, recursos, metodologias, estratégias, práticas e serviços que objetivam promover a funcionalidade, relacionada à atividade e à participação de pessoas com deficiência, incapacidades ou mobilidade reduzida, visando sua autonomia, independência, qualidade de vida e inclusão social. Está disposta pelo CAT, nos seguintes marcos:

  • Área do Conhecimento: multidisciplinaridade.
  • Objetivos: promover a funcionalidade (atividade, participação) de pessoas com deficiência, mobilidade reduzida – ou idosas – visando ampliar a autonomia, independência, qualidade de vida e inclusão social.
  • Composição: produtos, recursos, estratégias, práticas, processos, métodos e serviços.
  • Ter presente os princípios do Universal Design e da Tecnologia Social.

Assim, ela é utilizada como arsenal de recursos e serviços que podem contribuir com o indivíduo, proporcionando ou ampliando suas habilidades funcionais. E, consequentemente, promovendo qualidade de vida, bem como vida independente e inclusão (BERSCH; TONOLLI, 2006).

SAIBA MAIS

Portal de Ajudas Técnicas

O Ministério da Educação disponibiliza o “Portal de Ajudas Técnicas”, no qual se encontram recursos e serviços em tecnologia assistiva que podem aumentar as habilidades funcionais dos alunos com deficiência. Para saber mais, acesse: <http://portal.mec.gov.br/seesp/arquivos/pdf/ajudas_tec.pdf>.

Fonte: Elaborado pela autora

Existem diversos tipos de tecnologia assistiva, dentre elas aquelas que auxiliam na locomoção, no acesso à informação e comunicação, no controle do ambiente e em atividades de estudo, lazer, trabalho e demais áreas do cotidiano. O aprimoramento das cadeira de rodas, próteses e lupas são alguns dos inúmeros exemplos de TA em desenvolvimento (MANZINI, 2005).

Segundo Bersch (2017), na tentativa de organizar a utilização da tecnologia assistiva pelos diversos setores da sociedade, Bersch e Tonolli (2006) elaboraram a classificação da TA, dividiram-na em categorias, classificação esta que foi utilizada pelo Ministério da Fazenda, na portaria interministerial N° 362 de 2012.  Com o intuito de aprimorar os conhecimentos práticos sobre a tecnologia assistiva, segue o resumo dessas categorias, são elas:

1. Auxílios para a vida diária e vida prática: destinados a favorecer o desempenho autônomo e independente. Nessa categoria, encontram-se talheres modificados, recursos para transferência, escovas de banho adaptadas, cadeira higiênica, prancha inclinada, dentre outros.

2. Comunicação aumentativa e alternativa: destinada à ampliação de habilidades de comunicação, ajuda no processamento das informações em diferentes formatos. Nessa categoria, encontram-se software com banco de imagens, editores de texto com símbolo, vocalizadores, dentre outros.

3. Recursos de acessibilidade ao computador: são um conjunto de hardware e software especialmente idealizado para tornar o computador acessível a pessoas com privações sensoriais (visuais e auditivas) intelectuais e motoras. Inclui dispositivos de entrada (mouses, teclados e acionadores diferenciados) e dispositivos de saída. Nessa categoria, encontram-se os auxiliares para digitação, teclado alternativo e programável em sua taxa de respostas adequando-se à condição física do usuário. Controle de computador por ondas cerebrais, controle de computador com movimento de cabeça, acionador eletrônico pelo olhar, dentre outros.

4. Sistemas de controle de ambiente: destinados às pessoas com limitações motoras. Nessa categoria, encontram-se os sistemas de alarme com sensores que podem ser controlados a distância garantindo a segurança na casa de idosos. Enquadram-se, aqui, as chamadas casas inteligentes com sistema de automação domiciliar, sistema de tevê e iluminação baseada em sensores pensado para idosos e pessoas com deficiência, dentre outros.

5. Projetos arquitetônicos para acessibilidade: são projetos de edificação e urbanismo que visam garantia de acesso, funcionalidade e mobilidade a todas as pessoas, independentemente de sua condição. Nessa categoria, encontram-se os elevadores adaptados para domicílio, barras de apoio, piso tátil, dentre outros.

6. Órteses e próteses: as primeiras são utilizadas para garantir ao corpo melhor estabilidade ou função ou ainda, exercer ambas as funções, servem de auxílio à mobilidade, as funções manuais, correção postural, entre outros. Já as próteses, por sua vez, servem para substituir membros ausentes do corpo.

7. Adequação postural: são projetos que visam garantia de posturas alinhadas, estáveis, confortáveis e com boa distribuição de peso corporal. Nessa categoria, encontram-se a poltrona postural e o estabilizador ortostático, dentre outros.

8. Auxílios de mobilidade: são destinados a melhorar a autonomia da mobilidade pessoal. Nessa categoria, encontram-se todos os tipos de cadeira de rodas, andadores, entre outros.

9. Auxílios para qualificação da habilidade visual e recursos que ampliam a informação a pessoas com baixa visão ou cegas: destinados a promover a independência da pessoa com deficiência visual. Nessa categoria, encontram-se a linha Braille ou display, o leitor de livros digitais falados Daisy, mouse para aprendizado Braile, leitor de telas JAWS que oferece tecnologia de voz sintetizada de acesso ao Windows, jogos sensoriais táteis, bengala de alumínio dobrável, dentre outros.

10. Auxílios para ampliação da habilidade auditiva e para autonomia na comunicação de pessoas com déficit auditivo, surdez e surdocegueira: nessa categoria encontra-se dispositivo de conversão de sons, softwares de conversão de voz, textos e dicionários digitais em línguas de sinais, dentre outro.

11. Adaptação em veículos e em ambientes de acesso ao veículo: são adaptações que permitem a direção de veículos por pessoas com deficiência física. Nessa categoria, encontram-se banco móvel de carro, autoguincho para acomodação da cadeira de rodas no interior do veículo, rampas de acesso ao carro, dentre outros.

12. Esporte e Lazer: são recursos que possibilitam a prática em atividades esportivas e de lazer. Nessa categoria, encontram-se os parques adaptados, as bolas com guizo sonoro, equipamentos de lazer adaptados para ecoturismo, escalada, banho de mar, suporte para baralho, dentre outros.

Diante de tantas categorias, podemos constatar que a área da TA vem crescendo significativamente em diversos países. Um exemplo desse fator são os dados alarmantes de pessoas com demência, doença caracterizada por deficiência cognitiva persistente e progressiva, os índices elevados dessa doença fizeram com que a TA fosse pensada para melhorar a qualidade de vida desses indivíduos. De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), 50 milhões de pessoas no mundo sofrem de demência e projeções demonstram que, até 2050, esse número triplicará. Em função disso, foi aprovado em 2016 pela OMS o Draft global action plan on the public health response to dementia (Plano de Ação Global sobre a Resposta da Saúde Pública à Demência) 2017-2025 que promove ações para esses grupos (OMS, 2017).

Em termos de Tecnologia assistiva, a Europa tem os maiores estimuladores dessa área, com programas voltados para inclusão por meio de tecnologia eletrônica. Esses programas contribuem, significativamente, com a melhoria das atividades diárias de pessoas com demência. A tecnologia assistiva eletrônica auxilia também seus cuidadores, é eficaz para aumentar a segurança e gerenciar as rotinas da vida. Já existem, nesse âmbito, caixas de comprimidos eletrônicos e telefones com imagens ou dispositivos de rastreamento móveis. Além disso, suporte de memória prospectiva são utilizados para lembrar de ações como tomar medicamento, comer, localizar itens perdidos e manter compromissos (VAN DER ROEST et al., 2017).

Destarte, a área da tecnologia assistiva tem uma gama infinita de possibilidades e está sempre em constante expansão. Na tentativa de ficar cada vez mais acessível, tenta superar desafios, variando de uma simples bengala a um complexo programa eletrônico. Suas funções essenciais são cada vez mais indispensáveis e estão melhorando, de maneira diversificada, a satisfação com a vida dos idosos e das pessoas com deficiência, gerando impactos positivos em seus relacionamentos, na saúde, na educação, nas relações familiares, comunitárias e nas demais interações sociais.

Possibilidades e Desafios no Contexto Educacional

A educação inclusiva é uma proposta que tenta novas maneiras de prover educação e é chamada assim porque seu princípio é abranger a todas as pessoas, sem exceções, com qualquer característica em espaços comuns. A inclusão não acontece apenas na escola, mas em todos os espaços aos quais o indivíduo precisa acessar, até mesmo para chegar à escola, desde transportes, barreiras nos espaços urbanos a condições socioeconômicas. A inclusão é, então, um tema de responsabilidade de toda a sociedade e, nesse sentido, é importante que a escola cumpra com seu papel de transformar o ambiente escolar de maneira que, possa receber a todos os alunos (SASSAKI, 1999).

SAIBA MAIS

A Formiga Aurélia e outros jeitos de Ver o Mundo

Muitas vezes, para lidarmos com determinadas situações, precisamos do acúmulo de saberes, com eles vamos descobrir que para um mesmo problema podem existir várias soluções diferentes. O livro A formiga Aurélia e outros jeitos de ver o mundo, da autora Regina Machado, pode ser utilizado como material pedagógico a fim de levar os alunos a descobrir, pelos contos, as possibilidades de convívio com as diferenças e a beleza das múltiplas culturas. Para saber mais, acesse: https://ufmg.br/comunicacao/noticias/a-formiga-aurelia-e-outros-jeitos-de-ver-o-mundo-e-nasrudin-a-magia-de-contar-historias-parte

Fonte: Elaborado pela autora

Acessibilidade e Tecnologia Assistiva na Era da Inclusão

O princípio da educação inclusiva parte da ideia de que todos têm potencial para aprender. Dessa forma, a escola precisa se organizar para que todos possam participar do contexto educacional durante a trajetória da aprendizagem. Para isso, recursos de tecnologia assistiva são utilizados para a promoção da acessibilidade. Para auxiliar nessa tarefa, no cumprimento à aprendizagem, junto à tecnologia assistiva, podem ser utilizados os objetos de aprendizagem que são de grande valia. Tratam-se de uma entidade digital, abstrata ou concreta, que pode ser usada, recusada ou referenciada durante uma aprendizagem (HILDEBRANDO, 2018).

Já Wiley (2000) definiu os objetos de aprendizagem como qualquer recurso digital que possa ser reutilizado para dar suporte à aprendizagem. Eles devem ser acessíveis aos alunos, respeitando as múltiplas diferenças dos indivíduos que devem ter diferentes tecnologias para acesso em contextos diversificados. Não existem melhores objetos de aprendizagem, mas existem processos mais eficientes avaliando características objetivas e subjetivas de cada situação.

Desse modo, o professor pode utilizar-se de estratégias para que o aluno com deficiência possa adquirir novos conhecimentos. Os objetos de aprendizagem podem ser facilitadores para o desenvolvimento de trabalhos em ambientes virtuais. Para isso, o professor precisa ter claro a metodologia utilizada e organizado o seu planejamento para que no momento de sua ação didática o objeto de aprendizagem selecionado venha a corroborar com o conhecimento do aluno. Um objeto de aprendizagem deve ser acessível a todos, a fim de que não tenha comprometidas suas características pedagógicas. Dessa maneira, ele deve proporcionar interatividade, para que o aluno seja capaz de perceber a informação e trabalhar com ela. É preciso autonomia para que faça utilização da tecnologia sem restrições visando acessibilidade. Deve haver cooperação com os demais sistemas de acesso. Deve ser capaz de desenvolver a cognição e a afetividade do aluno possibilitando a ele a superação de barreiras no processo de aprendizagem (BRAGA, 2013).

É necessária a adaptação do currículo para atender a recursos pedagógicos inclusivos e nesse campo, são muitas as possibilidades de acessibilidade. Para alunos com comprometimentos severos na via da expressividade, por exemplo, existe a tecnologia assistiva de comunicação alternativa e ampliada (GIVIGI et al., 2016).

Mesmo com a disposição de vários métodos de aprendizagem, algumas escolas ainda têm dificuldades de implementar recursos que não aqueles tradicionais, mantendo um currículo rígido. Essas práticas corroboram com a ideia de que a deficiência ainda é, muitas vezes, sustentada por mecanismos de exclusão forjados nas relações atitudinais e nas dinâmicas sociais. Por isso, é preciso abandonar práticas excludentes e repetitivas, ressignificando o lugar do indivíduo com deficiência na escola, oportunizando a ele diferentes métodos de aprendizagem utilizando todos os recursos possíveis de maneira que, se possam prover potencialidades que  culminam em formas adaptativas que geram aprendizagem (GIVIGI et al., 2016).

Nesse sentido, o trabalho colaborativo e a comunicação são estratégias importantes que tentam colocar o aluno em um novo lugar na escola, qual seja, um lugar em que é reconhecido como alguém dotado de capacidades, rompendo com dogmas de homogeneidade (MELO, 2014).

Desse modo, a comunicação alternativa estabelece interações com outras formas diferentes de linguagem. Tem como princípio a ideia de que “qualquer maneira de comunicar vale a pena”. Logo, gestos, sons, expressões faciais e corporais podem ser utilizadas para manifestação dos desejos e opiniões das pessoas com deficiência. Para isso, são utilizados os cartões de comunicação, prancha de comunicação com símbolos, fotos ou figuras e prancha de comunicação alfabética (BEZ, 2016).

Essas são maneiras eficientes de tentar aumentar a autonomia de indivíduos com comprometimento cognitivo. Pode, ainda, ser um aliado no desenvolvimento de conteúdos no âmbito escolar, além de proporcionar uma prática comunicativa com os colegas e atender as necessidades mais básicas do aluno, já que ele poderá comunicar quando necessita de alimento, higiene, dentre outras necessidades. As pranchas podem ser construídas com materiais diversos. Existem, também, as pranchas digitais prontas ou pré-feitas e aquelas que podem ser construídas. Elas são disponibilizadas gratuitamente em plataformas digitais, como na picto4me AAC. Estas são maneiras simples e práticas de estabelecer comunicação e aprendizagem para o aluno, além de possibilitar a interação e a autonomia (BEZ, 2016).

Ocorrem situações em que as tecnologias são deixadas de lado no contexto escolar pela dificuldade na utilização pelo corpo docente, isso pode inviabilizar estratégias de acessibilidade. Por isso, a formação de base e cursos de capacitação são importantes para o aperfeiçoamento desses profissionais nessas áreas.  Problemas encontrados pelos usuários também são frequentes, eles deixam de utilizar a tecnologia quando ela causa dor, limitações funcionais, desconforto, peso elevado, dentre outros fatores (COSTA et al., 2015).

A postura do professor e suas atitudes, em relação ao contexto escolar, influenciam na aprendizagem dos alunos. Dessa maneira, o professor precisa estar atento às tecnologias que podem suprir as necessidades do discente, isso exige uma atualização constante de suas práticas e de seus métodos. Os espaços virtuais, por exemplo, são possibilidades que permitem o acesso de informações. Existem as discussões em fóruns, o acesso aos vídeos e à interação com professores e colegas, independente da distância em que o aluno se encontre ou de suas condições de mobilidade (BERSCH, 2017).

No caso de alunos com deficiência visual ou cegos, materiais de TA básicos são indispensáveis no processo de ensino aprendizagem. Como a reglete e a punção que são instrumentos que permitem a escrita em Braille, o sorobã utilizado para cálculos aritméticos, os textos transcritos em Braille, os textos gravados e as máquina de escrever Braille, dentre outras opções. E para locomoção, existem bengalas eletrônicas capazes de detectar objetos e pessoas (ID).

A tecnologia assistiva se legitima no âmbito educacional trazendo ainda muitos desafios pedagógicos para o campo das diferenças, mesmo diante dos desafios educacionais é possível aprender cooperativamente e construir planejamentos inclusivos mediados pela TA, para atender às diferentes necessidades dos alunos que frequentam a escola. Assim, as práticas pedagógicas devem sensibilizar os conhecimentos em relação ao outro e reforçar a formação dos professores com propostas que visem autonomia e autoestima (CONTE; OURIQUE; BASEGIO, 2017).

SAIBA MAIS

As Cores das Flores

Assista ao vídeo “As cores das flores” e perceba a utilização da TA pelo protagonista. Saiba mais, acesse: <https://www.youtube.com/watch?v=s6NNOeiQpPM&t=36s>.

Fonte: Elaborado pela autora

A tecnologia assistiva pode ajudar o aluno a realizar atividades que, sem seu auxílio, poderia deixá-lo limitado. Nesse sentido, o computador é um grande aliado em auxiliar na execução de algumas tarefas básicas que podem ser replicadas pela TA. Pode-se, então, inserir dados para o computador processar e símbolos podem ser construídos para dar comandos. O teclado e o mouse são dispositivos de entrada que podem oferecer barreiras para alunos com deficiência motora. Pensando nisso, foram desenvolvidos sistemas operacionais, como o Microsoft Windows, capazes de melhorar a usabilidade desses dispositivos. Além disso, existem mouses e teclados simples que podem fornecer opções visíveis e simples que podem suprir muitas necessidades satisfatoriamente (BERSCH, 2017).

Existe, nesse mesmo sistema operacional, as chamadas “Opções de acessibilidade” que devem ser consideradas quando necessário adaptações para um computador padrão. Os teclados ergonômicos foram projetados para se adequar ao posicionamento normal das mãos. A Maltron e Microsoft produzem várias formas. Guarda-chaves simples de plástico ou metal com furos para acesso às teclas, colocados sobre o teclado padrão, permitem que a mão descanse sobre o teclado, eliminando a possibilidade de pressionar teclas não intencionalmente. Geralmente, aconselha-se comprar um teclado combinado com uma proteção de teclado, em vez de tentar encontrar um protetor para encaixar um teclado existente, pois pode haver dificuldade em obter protetores de teclado para alguns laptops (BERSCH, 2017).

Já os teclados compactos são menores e ocupam um pequeno espaço em uma mesa ou bandeja de cadeira de rodas. Eles também têm protetores de teclado opcionais. existem marcas populares nesses segmentos.

A tecnologia de reconhecimento de voz permite ao usuário usar e controlar o computador por meio da voz, essa é uma tecnologia relativamente avançada de uso simples para os alunos com deficiência. A garantia de sucesso na utilização desse software depende de alguns fatores, como o período de treinamento durante o qual o software de reconhecimento de voz aprende a voz do operador. Essa função requer paciência e comprometimento significativo tanto do aluno quanto do professor. O treinamento requer leitura de texto que pode ser difícil para alguns alunos, por isso as características de aprendizagem devem ser consideradas (GUILHOTO; ROSA, 2001).

Um ambiente com ruídos, como uma sala de aula, não é interessante para implementação deste software, o barulho pode atrapalhar o processo de reconhecimento da voz. Por isso, ambientes silenciosos são considerados ideais. Deve-se investir em computadores com boa capacidade de processamento de dados, para que o aluno não fique frustrado e impaciente com atrasos, e um posicionamento preciso do microfone para que não ocorram problemas associados a essa tecnologia.

As telas de toque são opções sensíveis que possibilitam ações tocando diretamente no monitor do computador de forma distinta ao uso do mouse. Monitores touch screen integrados estão disponíveis ou ainda, unidades clip-on podem ser usadas com monitores padrão. Essas telas são eficazes para auxiliar alunos com dificuldades de aprendizagem que tem dificuldades para compreender o funcionamento de uma opção de entrada.

Para alunos cegos, existem softwares especializados em leitura de tela para sua utilização é recomendável treinamento e suporte. Já a Impressão Braille foi uma das primeiras e mais sofisticadas opções de saída de tecnologia assistiva e as novas tecnologias abriram alternativas paralelas. Aos alunos com deficiência visual podem ser disponibilizados teclados maiores do que o normal com letras de alto contraste e adesivos coloridos para teclas. Podem entrar em um computador ou impressora Braille e as habilidade em relação ao teclado devem ser desenvolvidas (GALVÃO FILHO, 2009).

Os alunos com deficiência auditiva podem ouvir claramente ao professor por meio de um sistema de loop, um fio que capta o som de um microfone e o transmite para um fone de ouvido, ou aparelho auditivo, dentro do circuito, o tamanho do loop irá variar. Um cinema pode ter um loop muito grande, enquanto aluno em uma sala de aula pode usar um laço no pescoço que capta a voz do professor, transmitida de um microfone. Para inserir opções de acessibilidade no seu computador, clique em: Iniciar > Configurações > Painel de controle> Opções de acessibilidade. O sound sentry é acessado a partir do Sound nas opções de acessibilidade.

Quando os alunos têm uma função manual razoável, podem utilizar a voz gerada por computador. Existem muitas opções de software disponíveis para efeito, por exemplo: texthelp e write: outloud. E softwares de especialização, como o Clicker, possuem saída de voz.

Os programas de computador também têm a capacidade de fornecer formas de comunicação não linguísticas e podem ser ferramentas poderosas. Os teclados e softwares de sobreposição, como Widgit e Intellitools, permitem a comunicação por meio de símbolos ou uma combinação de símbolos e palavras. Estes podem ser muito motivadores para os alunos mais jovens ou com dificuldades de aprendizagem. Alguns tipos de comutadores podem pré-gravar mensagens com uma voz humana. Simplesmente pressionando o interruptor, os alunos podem falar e entregar a mensagem. A gama de dispositivos LightWriter é uma pequena aplicação portátil que os alunos podem levar consigo para transmitir mensagens. A mensagem é digitada pelo usuário e é exibida em um monitor pequeno. Saídas de voz também estão disponíveis.

Isto posto, muitas questões devem ser pensadas no momento de se trabalhar com pessoas com necessidades educacionais especiais, uma vez que são muitas as formas de acessibilidade que podem ser utilizadas para suprir as necessidades dos alunos. É preciso pensar que essas necessidades, no entanto, podem se alterar com o tempo. Considerando que os recursos disponíveis em tecnologia assistiva também mudam frequentemente, é preciso que na ação docente se procure adequar as práticas a essas evoluções, para isso é necessário, além da motivação do professor, o desenvolvimento de ações programadas voltadas para capacitação docente, visando sempre a educação inclusiva com práticas de acessibilidades que sejam capazes de oportunizar conhecimento a todos os alunos de modo equânime.

Indicação de leitura

Nome do livro: Acessibilidade em Ambientes Informacionais Digitais: uma questão de diferença.

Editora: Unesp

Autor: Juliane Adne Mesa Corradi

Ano: 2012

ISBN: 10:8539301822

Comentário: O livro aborda questões importantes sobre acessibilidade digital com enfoque na área da surdez de maneira interdisciplinar. Trata-se de uma leitura relevante tanto para profissionais da educação quanto para as demais profissionais interessados no assunto.

Atividade

A acessibilidade é um direito de todo cidadão, que lhe garante o exercício da cidadania. Sem ela, as pessoas com deficiência ou mobilidade reduzida não poderiam usufruir de transporte público, escolas, prédios e atividades de lazer, como ir ao cinema ou a um estádio de futebol. Neste sentido, leia as afirmativas a seguir e assinale a alternativa correta no que diz respeito à acessibilidade.

É o direito das pessoas com deficiência de receberem recursos financeiros do governo para frequentar locais públicos.

Incorreta: Pessoas com deficiência não recebem recursos financeiros do governo, específicos para frequentar locais públicos. O benefício que muitas pessoas deficientes recebem trata-se de um direito adquirido, mas não tem esse caráter, em especial.

É o direito que as pessoas com deficiência têm de terem acesso a todos os espaços  públicos, com segurança e autonomia.

Correta: É direito de todas as pessoas terem acesso aos espaços públicos com segurança e autonomia, e isso inclui as pessoas com necessidades especiais. Cabe à sociedade oferecer um ambiente sem obstáculos e barreiras para que isso ocorra.

Trata-se do direito das pessoas com deficiência de frequentarem todos os espaços sociais de maneira gratuita.

Incorreta: Não existe uma Lei que determina que pessoas com deficiência devem frequentar locais sociais de maneira gratuita. Em alguns casos, elas têm alguns benefícios, como descontos especiais em alguns estabelecimentos, mas isso não representa um direito conquistado.

É uma Lei que determina que pessoas com deficiência devem, obrigatoriamente, frequentar locais públicos.

Incorreta: Não existe uma Lei que determina que pessoas com deficiência devem, obrigatoriamente, frequentar espaços públicos. Elas têm o direito de estar presentes nos mesmos espaços que os demais cidadãos, porém, não se configura uma obrigatoriedade.

Diz respeito a uma norma que determina que familiares de pessoas com deficiência devem acompanhá-las em espaços públicos.

Incorreta: Não existe uma norma que determina que os familiares de pessoas com deficiência devem acompanhá-las em espaços públicos. Embora saibamos que é saudável que isso ocorra, não se torna norma e regra impostas a eles.

Atividade

A acessibilidade possui seis dimensões, a saber: arquitetônica; comunicacional; metodológica; instrumental; programática e atitudinal. Pensar em cada uma dessas dimensões é importante para que se desenvolvam estratégias de inclusão que atendam às pessoas com deficiência e os demais cidadãos. Neste sentido, leia as afirmativas a seguir e assinale a alternativa que corresponde à “dimensão metodológica” da acessibilidade.

Sem barreiras de instrumentos, ferramentas, utensílios etc.

Incorreta: Embora faça parte das seis dimensões da acessibilidade e tenha grande importância no que diz respeito à acessibilidade de pessoas com deficiência, não corresponde à dimensão metodológica, mas sim à dimensão de acessibilidade instrumental.

Sem barreiras nos métodos e técnicas de lazer, trabalho, educação etc.

Correta: A dimensão metodológica da acessibilidade garante o impedimento de barreira nos métodos e técnicas de lazer, trabalho, educação, etc. Trata-se de uma das seis dimensões da acessibilidade e é considerada de grande importância.

Sem barreiras embutidas em políticas públicas, legislações, normas etc.

Incorreta: Esta alternativa corresponde à dimensão de acessibilidade programática, e não à dimensão metodológica. Ela também faz parte das seis dimensões e tem grande importância no que diz respeito à acessibilidade de pessoas com deficiência.

Sem barreiras na comunicação entre pessoas.

Incorreta: Apesar de fazer parte das seis dimensões da acessibilidade e ter grande importância para a acessibilidade de pessoas com deficiência, não corresponde à dimensão metodológica, mas sim à dimensão de acessibilidade comunicacional.

Sem barreiras físicas nos aeroportos, terminais rodoviários, espaços urbanos etc.

Incorreta: A alternativa se refere à dimensão arquitetônica, e não à dimensão metodológica da acessibilidade. Ela também faz parte das seis dimensões e tem grande importância no que diz respeito à acessibilidade de pessoas com deficiência.

Atividade

Mesmo com a disposição de vários métodos de aprendizagem, algumas escolas ainda têm dificuldade de implementar recursos que não aqueles tradicionais, mantendo um currículo rígido. Desse modo, a comunicação alternativa torna-se uma ferramenta importante, que estabelece interações com outras formas diferentes de linguagem. Neste sentido, leia as afirmativas a seguir e assinale a alternativa correta no que diz respeito à “comunicação alternativa”.

Nesta modalidade usam-se cartões, pranchas, fotos, símbolos e figuras.

Correta: A comunicação alternativa estabelece interações com outras formas de linguagem. Logo, gestos, sons, expressões faciais e corporais são importantes. Para isso, são utilizados os cartões de comunicação, prancha de comunicação com símbolos, fotos ou figuras e prancha de comunicação alfabética.

Esta ferramenta faz uso apenas de comunicação verbal em sala de aula.

Incorreta: Embora seja importante que se utilize a comunicação verbal em sala de aula, muitas crianças com deficiência não conseguem entender esse modelo de comunicação e, por este motivo, precisam de outras estratégias metodológicas de ensino.

Para esta modalidade é preciso fazer uso de pranchas e cartões e estratégias de punição.

Incorreta: Embora a comunicação alternativa faça uso de pranchas e cartões como estratégias pedagógicas, a punição não é uma maneira adequada de  ensinar os alunos (nem com deficiência, tampouco sem deficiência). Antes, o reforço deve ser priorizado.

Esta ferramenta utiliza métodos de reforço e punição.

Incorreta: A punição não é uma maneira adequada de ensinar os alunos (nem com deficiência, tampouco sem deficiência). Já o reforço pode e deve ser usado, porém, juntamente com o uso de cartões, pranchas, fotos, símbolos e figuras, que podem auxiliar a compreensão de crianças com deficiência.

Nesta ferramenta é preciso que todos façam uso da música para se comunicar.

Incorreta: Embora a música seja um recurso interessante para  trabalhar em sala de aula e melhorar a comunicação, linguagem, dentre outros elementos, em muitos casos ela não é suficiente para suprir o déficit na comunicação de crianças com deficiências, sendo necessário o uso de outras ferramentas.

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